014. De roda de uma história
Segue aqui cópia do primeiro resultado do projeto De roda de uma história, que utiliza uma versão modificada do início da história A FlorCuriosa.
A flor curiosa
Introdução
Era uma vez uma flor muito bonita. Vivia num ramo de uma árvore sobre um rio de águas transparentes. Borboletas, abelhas e beija-flores visitavam a flor todos os dias onde encontravam o seu alimento. E enquanto bebiam o delicioso néctar produzido pela flor, contavam-lhe histórias do mundo que viam, quando voavam. A flor morria de inveja dos seus amigos alados. Ela não podia sair do seu ramo.
Todos os dias via o mesmo rio, as mesmas pedras, as mesmas árvores. O seu sonho era viajar para conhecer o mundo. Dava tudo para voar como as abelhas ou as borboletas. Mas era apenas uma flor…
EB1 do Carvalheiro
Numa bela manhã de Primavera, a Flor conseguiu soltar-se. Como? Um pica-pau, ao procurar alimento, sem querer, picou-lhe o pé. Cheio de pena, pediu-lhe desculpa e ofereceu-lhe uma recompensa achando que a tinha prejudicado. A flor respondeu-lhe:
– Gostava tanto de ter umas asas para poder voar!
O pica-pau conhecia uma fonte mágica. Quem bebesse daquela água, tornava realidade o seu maior desejo. Então, com muito jeito, apanhou a Flor e levou-a até lá. Ao beber daquela água, o seu tão desejado sonho concretizou-se.
Despedindo-se do pica-pau, cheia de alegria e gratidão, elevou-se no ar e desapareceu.
Parou para descansar num parque coberto de relva de uma bela cidade. Havia pessoas, meninos a brincar, vendedores de gelados e canteiros cheios de flores – umas iguais a ela e outras diferentes. Num instante, começou a falar com elas, tentando fazer amigas.
Elas ficaram espantadas de verem uma flor igual a elas, solta, com asas e a voar livremente no ar. Perguntaram-lhe o que tinha acontecido.
A Flor contou como o pica-pau a tinha libertado da árvore.
As outras flores ficaram emocionadas e cheias de vontade de também terem asas. A vontade de tantas flores juntas, transformou-se numa brisa suave, mas tão especial, que as soltou da árvore-mãe. Ao mesmo tempo, algumas das suas pétalas, começaram a crescer, transformando-se em asas. Elevaram-se no ar e de repente apareceu-lhes o Mágico do Parque que lhes perguntou:
– Onde é que “as meninas” vão?
– Vamos correr o mundo, junto com esta flor que nos visitou! – Responderam as flores.
– Então tenham cuidado, minhas lindas! Vou sentir a vossa falta.
E lá foram elas na sua viagem.
Quando passavam por cima das águas calmas de um rio, um grande peixe deu um salto e engoliu a Flor, que, como era curiosa, ia mais à frente a indicar o caminho. As outras flores ficaram muito atrapalhadas, sem saber o que fazer.
Um barco de pesca, que andava por ali, puxou as redes e numa delas veio o peixe que engolira a Flor.
– Socorro! Socorro! Tirem-me daqui!
As outras flores voaram até junto do peixe, de onde se ouvia o pedido de socorro da Flor.
– E agora? Como vamos libertá-la? – Questionavam-se as florzinhas assustadas.
Entretanto, o peixe enjoado por ter engolido uma flor com asas, vomitou-a. Só não caiu na água porque as outras flores a ampararam e a levantaram no ar.
Que susto! Mas nem por isso interromperam a sua viagem.
EB1 de Galegos
Continuaram a voar até que avistaram, lá ao longe, um castelo que não tinha muito bom aspecto. Estava sujo e parecia abandonado. Resolveram ir espreitar, e foi aí que repararam que havia uma janela partida mas era um pouco baixa.
Desceram imenso até que lá chegaram, espreitaram e como não viram ninguém, resolveram entrar.
Então repararam numa bruxa com um grande caldeirão. A flor assustada sussurrou para as outras:
– Vamo-nos embora, este castelo está cheio de surpresas aterrorizantes e assustadoras.
Iam a sair quando a bruxa pegou na sua varinha e apontou-a para a janela e de repente os vidros uniram-se.
Depois a bruxa disse-lhes:
– Ah!!! Ah!!! Ah!!! Apanhei-vos, agora não conseguem escapar.
Olharam para todos os lados, até que encontraram um alçapão aberto. Fugiram às escondidas enquanto ela estava a preparar um feitiço.
O alçapão foi dar ao primeiro andar onde havia duas portas; elas só podiam escolher uma porta. A porta direita ia dar à saída e a porta esquerda ia dar ao quarto da bruxa.
Foi aí que apareceu um rato que tinha ouvido a conversa e disse:
– A porta certa é a da direita; mas despachem-se porque a bruxa vem aí.
Elas saíram a correr e continuaram a sua viagem.
Durante a viagem viram cartazes a anunciar um circo, numa pequena aldeia.
A flor como era curiosa entrou para ver o que se passava, apesar dos avisos das suas amigas. Estas seguiram-na, mas cautelosamente procuraram um lugar seguro, bem no alto da tenda do circo.
A flor, mais corajosa voou para perto do palco. Então um palhaço viu-a, achou-a bonita e colocou-a dentro do chapéu para fazer uma magia. Dentro do chapéu estava um coelho que se assustou com a presença da flor, mas depressa se conheceram.
– Olá, eu sou o coelho Quico!
– Olá, eu sou a flor Mafalda! – Disse a flor. – Procuro uma saída, pois quero continuar a minha viagem.
– Eu sei uma saída, só tens que esperar um bocadinho até que o palhaço se vá desmaquilhar.
– Referiu o coelho Quico.
O chapéu tinha um buraco e a flor, enquanto esperava pode ver o espectáculo, viu leões muito ferozes, duma raça estranha, com jubas às riscas e de muitas cores. Viu também unicórnios com muitas pernas, zebras às pintas e outras coisas extraordinárias.
E a Mafalda começou a gostar daquele lugar…
(continua)
fevereiro 17, 2009 às 6:59 pm |
Este projecto está muito giro!
março 9, 2011 às 11:04 pm |
[…] https://jarbas.wordpress.com/de-roda-de-uma-historia/ […]