Archive for the ‘Comunicação’ Category

Leitura e fluência linguística

julho 21, 2020

Há diversos exercícios que mostram que domínio de um idioma facilita fluência na leitura. Assim textos com claros podem ser lidos e entendidos se o leitor tiver bom conhecimento do idioma. Essa hipótese serviu de ponto de partida para o software educacional Investigando Textos com Sherlock, criado por David Carraher e desenvolvido por equipe que eu coordenava no PIE (Programa de Informática e Educação do SENAC/SP).

No exemplo que trago para cá, o criador do texto mistura inglês e francês. Meus conhecimentos do último idioma não são muito grandes. Mas consigo ler o texto fluentemente porque estou acostumado a ler inglês com bom entendimento.

Segue, no formato de imagem, o tal texto que mistura inglês com francês.

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Uma nova didática?

abril 27, 2020

Reproduzo aqui as provas das páginas web da segunda parte – Uma Didática a Ser Superada – da matéria online – Comunicação e Aprendizagem – de curso online de que participei em 2004. O curso, coordenado pela Fundação Vanzolini, contava com outros sete professores, e estava voltado para docentes da rede pública de SP. Neste momento de isolamento social estou tentando recuperar algumas das coisas que escrevi sobre tecnologia educacional. O texto aqui reproduzido é uma delas. Pena que não dá para trazer para cá o texto definitivo, com as interações que ele permitia. Em outras ocasiões vou reproduzir aqui as outras unidades da matéria que desenvolvi.

Nessa unidade discuto um pouco a questão da didática. Sugiro que as categorias com as quais trabalho no curso – conhecimento e informação – exigem uma nova visão de didática.

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Uso do Powerpoint

janeiro 21, 2020

Uso o Powerpoint há muitos anos. Mas, ainda não sei utilizar devidamente a ferramenta. E não digo isso do ponto de vista de domínio ferramental. Minha capacidade de editar o Powerpoint é muito limitada. Sei apenas o básico. Acho que isso basta.

O segredo do bom uso do Powerpoint não está em virtuosidade na manipulação da ferramenta. Está muito mais em criatividade e imaginação para apresentar cada tela como um recurso de imagem, não uma página de texto. O texto deve ficar no limite do indispensável. E mesmo assim deve ser um texto que sugira imagem, um texto imagético. Mas, não é isso que a gente vê na maioria das vezes. Quase sempre exposições com Powerpoint são uma sucessão de textos, uma sucessão de páginas de uma apostila. Um horror.

Como disse, ainda não sei usar devidamente a ferramenta. Tento, porém, aprender a cada utilização, com propostas cada vez mais imagéticas. No exemplo que segue, acho que fiz um trabalho razoável. Há uma sucessão de imagens nas telas, causando impactos e oferecendo oportunidade para que a comunicação oral, combinada com as imagens, crie interesse de quem vê e ouve a comunicação. Numa próxima vez quero fazer algo melhor. Acho que estou aprendendo a cada prática.

 

Dizer a própria palavra

julho 30, 2018

Trago para cá post que publiquei no Primeiros Mil Microcontos em janeiro de 2007. Ele ainda faz muito sentido.

 

No título deste post tento sintentizar uma das esperanças de Paulo Freire; um cidadão livre é aquele que conscientemente é capaz de dizer a sua própria palavra. Nosso maior educador não chegou a publicar um blog, mas era alguém que alimentava muitas expectativas com relação às possibilidades libertárias da rede mundial de computadores. E, certamente, apreciaria muitos dos usos dos blogs em nossos dias. Faço tais reflexões a partir de um diálogo de Freire com um grupo de educadores sobre tecnologia educacional; diálogo do qual tive o privilégio de participar..

Um exemplo fantástico de possibilidade de dizer a própria palavra, proporcionada por blogs, é Baghdad Burning, o diário eletrônico publicado por uma jovem iraquiana que assiste diariamente aos efeitos da ocupação estrangeira em seu país. A edição do New York Review of Books de 11/01/2007 resenha alguns livros recentes sobre o Iraque. Um dos livros resenhados é uma compilação das mensagens de Riverbend, a blogueira de Bagdá. A autora, uma profissional de informática, faz um registro admirável de como é a vida de cada dia no Iraque ocupado. Na resenha, observa-se que o texto (em inglês) da moça deixaria muitos americanos envergonhados. E eu acrescento: deve envergonhar também muitos profissionais da área de computação. O texto é limpo, atraente, sedutor, além de fazer uma leitura muito bem informada dos acontecimantos. Mas, para além dos aspectos formais, o texto é um registro histórico imprescindível para quem queira entender o que está acontecendo no Iraque. Riverbend encontrou no blog uma forma de dizer com liberdade sua palavra sobre a experiência trágica sua e de sua terra. Baghdad Burning merece ser lido.

Ao ler a matéria do New York Review of Books fiz uma relação inevitável: os blogs continuam censurados (bloqueados) em muitas escolas. Uma pena! Nessas escolas, alunos e professores perdem um importante canal para dizer suas próprias palavras. Dias depois de ler a matéria sobre a blogueira de Bagdá, fiquei sabendo de mais uma medida (anunciada nos jornais de 23/01/2007) contra a liberdade de dizer a própria palavra: o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) baixou norma para impedir que os atletas brasileiros publiquem qualquer coisa em seu blogs durante os próximos Jogos Panamericanos. Cabe um pedido de socorro a nosso querido Paulo Freire.

Escrita e tecnologia

janeiro 28, 2018

Para facilitar aprendizagem da escrita foram criados vários instrumentos. Um deles era um painel de cera no qual o estudante podia escrever com um estilete. O painel tinha duração ilimitada e era também usado em rascunhos de escritores profissionais. Faço esses comentários lembrando-me de descrições feitas por Dom Paulo Evaristo Arns em seu magnífico livro A Técnica do Livro Segundo São Jerônimo. Para quem quiser mais saber sobre a obra de Dom Paulo, sugiro olhada em resenha que escrevi sobre a mesma tempos atrás.

Este é um post rápido no qual associo duas coisas que me fascinam, a arquitetura escolar em suas relações com os significados que se dão à educação, os apoios utilizados pelos alunos na aprendizagem da escrita. Para conversas sobre arquitetura e educação, acho que esta foto é um ponto de partida interessante. Para conversas sobre aprendizagem da escrita, acho que essa lousa individual, avó distante do laptop, é um instrumento que merece exame.

 

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Leitura e sentido

janeiro 22, 2018

 

Ao ler, construimos sentido. Esse um dos aspectos marcantes da semântica. O sentido não está dado, ele é elaborado a partir de informações disponíveis e dos esquemas que elaboramos previamente para ler o mundo. Essa incrível capacidade de criar sentido pode ser verificada num experimento muito popular, o de misturar as letras intermediárias das palavras num texto. Quem sabe ler e tem bom domínio do idioma em que o texto está escrito, entende sem problemas coisas aparentemente estranhas como o escrito que aparece em figura deste post. Se você tem domínio razoável do inglês não enfrentará qualquer problema para ler e entender o que está escrito. Boa leitura.

 

txteo

Projetores de slides

outubro 9, 2017

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Eles sumiram da paisagem e até da memória. Mas, de 50 a 80 foram uma tecnologia de comunicação importante.

Vi a primeira projeção de slides em 1963, em apresentação de um médico abonado da Franca, contando suas aventuras de viagem à Europa. As fotos eram ótimas e o doutor sabia contar histórias cativantes.

Em 1976 vi uma projeção de slides muito criativa num show em Aracaju. O artista que a preparou sincronizava música com imagens, numa projeção que sobrepunha fotos com efeitos de fades sugerindo movimento. Me disseram que naquela apresentação eram utilizados oito projetores.

Finalmente, quero destacar coleção de slides que vi na San Diego State University em meus tempos de mestrado. Um ex-aluno da casa produziu, em 1979, coleção de slides que era mostrada aos estudantes de tecnologia educacional como exemplo. Num produto que sincronizava imagem e som, o autor, um negro alto, com voz profunda de barítono, e longas barbas brancas, contava a história da tecnologia educacional. A narração era muito criativa, numa história de nossa disciplina contada com linguagem do Gênesis. O autor atuava como Jeová…

Grande problema técnico dos projetores de slides era a lâmpada, sempre sujeita a se queimar por causa do super-aquecimento.

No geral, o uso de projetores de slides era burocrático, pouco tendo a ver com o três exemplos de sucesso que apresentei atrás. Assim como computadores ou outros recursos de TIC, os projetores de slides precisavam ser utilizados na perspectiva de tecnologia educacional correspondente à fórmula TECNOLOGIA = INSTRUMENTO + IMAGINAÇÃO.

Dez anos de Boteco

outubro 1, 2017

Vejo mapa com registros de visitas a este Boteco Escola, nestes dez anos. Fora do Brasil, acessos mais frequentes foram nos EUA: 35.016. E há algumas surpresas; Vietnã: 13, Namíbia: 8, Mongólia: 5. Ao todo, o blog foi visitado por gente de cento e trinta e seis países.

Jovem Urgente

setembro 21, 2017

Fui aluno do Paulo Gaudêncio, psiquiatra da hora nos anos de 1960. Ele era um professor que não prepara suas aulas, improvisava, contando histórias sobre suas experiências no consultório.

Gaudêncio foi convidado para fazer um programa para a moçada. Surgiu então Jovem Urgente, um dos grande sucessos na história da TV Cultura de São Paulo. Eu gostaria de rever alguns dos programas do Gaudêncio, mas via Google consegui encontrar apenas acesso a um deles, uma versão mais cuidado com participação do Mutantes, de Tom Zé e dos Novos Baianos. Um dos pontos altos do programa, além dos comentários fantásticos do Gaudêncio, são as músicas do Tom Zé.

Trago o vídeo para cá, pois ele é um episódio exemplar da TV brasileira. Há muita coisa a ser conversada a partir das falas do Gaudêncio e dos então jovens artistas como Tom Zé, Rita Lee e Moraes Moreira.

Sotaques Regionais

setembro 2, 2017

Há muitos sotaques regionais Brasil afora. O velho sotaque goiano ainda sobrevive. Para quem quiser aprecia-lo vale ouvir causos do Geraldinho. Além do sotaque, os causos do Geraldinho apresentam um rico vocabulário regional.

Causos do Geraldinho podem ser aproveitados em aulas de português se o professor tiver imaginação para criar desafios de análise que coloquem os alunos em aventuras prazerosas de prender.