
Ontem comecei a folhear Laws of the Game: How the principles of nature govern chance. Li tal obra há uns trinta anos. E fiz algumas anotações no texto. Uma delas na forma de várias interrogações num trecho que conta a história de Ali Baba e os Trinta e Nove Camelos. A narrativa analisa interessante problema matemático e sua solução. A gente lê e fica achando que o viajante que resolveu o problema deve ter usado mágica. Mas, não. Ele usou apenas um princípio matemático.
Para aqueles que, como eu, são analfas em matemática, reproduzo aqui numa tradução adaptada da história contada em Laws of the Game.
Ali Baba tinha quatro filhos. Quando morreu, deixou trinta e nove camelos para seus herdeiros, e no seu testamento estabeleceu a divisão que segue. O filho mais velho receberia metade da herança; o segundo, um quarto; o terceiro, um oitavo; e o mais novo, um décimo.
Os quatro irmãos não sabiam o que fazer. A vontade do velho parecia indicar que alguns camelos seriam sacrificados para que cada um dos herdeiros recebesse sua justa parte. Isso não fazia sentido. Surgiu então, montado sobre seu camelo, um viajante que disse saber como o problema deveria ser resolvido.
O viajante juntou seu próprio animal à herança de Ali Baba. Com isso, a tropa passou a ser de quarenta camelos. A partir daí, a divisão foi efetuada. O irmão mais velho recebeu vinte camelos; o segundo irmão, dez; o terceiro irmão, cinco; e o irmão mais novo, quatro. Sobrou um camelo, o animal que pertencia ao viajante. E este então subiu sobre sua montaria e voltou para a estrada.
Admirados, os quatro irmãos viram o viajante partir. E começaram a verificar o resultado da partilha. No princípio acharam que o irmão mais velho levou vantagem. Mas, logo depois, viram que todos eles acabaram ganhando e recebendo mais do que o previsto