Hoje consegui encontrar referência sobre meus bisavós paternos que vieram da Itália. Primeiro encontrei o registro de chegada a São Paulo do meu bisavô, Santo Barato. A seguir, encontrei referência à minha bisavó, Luigia Barato. Eles chegaram ao Brasil, já casados, em dezembro de 1890, ele com 27, ela com 25 anos, ainda sem filhos. Meu avô, Luiz Barato, e meus tios (Napoleão, Antônio, Maria e Luiza) nasceram no Brasil. Não sei quanta marca genética tenho de meus ancestrais italianos. Mas carrego sobrenome de um casal que veio do Vêneto em 1890.
Para minhas outras origens, não tenho fontes históricas confiáveis.
Minha avó Paterna, Tereza, conhecida como Fiica, tinha origem cabocla. Meus ancestrais caboclos viveram muito tempo em Minas. Creio que, no tronco português, chegaram da terrinha no final dos seiscentos ou começo dos setecentos. Presumo que se casaram ou se amasiaram com índias nos inícios de 1700. Assim, acho que as raízes portuguesas da minha avó paterna podem ser situadas no século XVII. E no mesmo século ou no seguinte houve alguns índios e mestiços na família. Traços índios eram perceptíveis em Dona Fiica.
Tenho ascendência negra por parte de mãe. A avó de minha bisavó era escrava e teve um filho com seu senhor, um fazendeiro de Passos, MG, por volta de 1860. O menino foi dado a um casal de agregados do fazendeiro e criado como liberto. Casou-se com uma mulher de cor clara (talvez cabocla, talvez galega). Sua neta, minha bisavó, Dona Valdomira, era uma mulata clara, casada com alguém de origem cabocla ou portuguesa. Resumo da ópera: minhas origens africanas aconteceram por volta de 1840, caso a avó de minha bisavó tenha vindo da África, ou por volta de 1820, caso ela tenha sido filha de africanos.
Minha avó materna, Dona Patrocínia, aparentemente era de origem portuguesa. Ela era uma mulher de cabelos e olhos claros. Uma galega, como dizem os nordestinos. Acredito que os avós ou bisavós dela vieram de Portugal no final dos setecentos ou começo dos oitocentos. Acho improvável a presença de caboclos neste ramo da família. Resumo desse capítulo: tive ascendentes portugueses que chegaram ao Brasil por volta de 1800.
Com a evidência histórica da chegada do meu bisavô italiano ao Brasil, e com especulações que posso fazer a partir de histórias que escutei de minha mãe, sou um mestiço que carrega sobrenome vêneto e tem as seguintes origens:
· Italiana: com data de início aqui na terra em 1890.
· Negra: com chegada de meus ancestrais africanos por volta de 1820 ou de 1840.
· Índia: com provável começo por volta de 1720.
· Portuguesa (no caso da família da minha avó paterna): começo incerto, mas com uma aposta razoável de ocorrência no final do século XVII.
· Portuguesa (no caso da minha avó materna): por volta de 1800.
Minhas especulações têm vários buracos. Não consigo determinar com mais segurança minhas origens índias. Talvez elas tenham mais raízes que as percebidas no caso da minha avó paterna, pois a dinâmica da ocupação do território em torno da Serra da Canastra, área onde viveram muitos de meus ancestrais, foi marcada por inúmeros cruzamentos de portugueses com índios. Embora haja elementos para precisar o nascimento do mulato que deu origem ao ramo da família de Vó Valdomira, é bastante difícil encontrar qualquer indicação mais segura sobre a chegado do meu avô negro ao Brasil.