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Twitter’s Personae

maio 30, 2011

Tempos atrás amigos de Espanha me convidaram para participar do projeto @bazarlocos. O convite envolvia a redação de texto curto sobre Twitter para publicação em livro cujo título era El Bazar de los Locos. Aceitei o convite e prometi que escreveria um pequeno artigo como era de lei. Tinha até um tema para meu escrito: Tipologia dos Tuitantes.

O tempo passou. Não me veio inspiração. Veio alguma preguiça. Além disso, eu não consegui elaborar uma lista significativa de tipos marcantes da tribo tuiteira. Meu texto não veio à luz.

Agora, em andanças matutinas, me vieram algumas idéias. Talvez elas ainda não correspondam ao que sonhei escrever. Mas, as mesmas são um começo de taxonomia de gentes tuitantes.

Escolhi um título esnobe para este post: Twitter’s Personae. Utilizo, no caso, jargão teatral que vem desde a velha Grécia. Persona (plural Personae) significa máscara, recurso que era utilizado pelos atores gregos para sugerir uma personagem. A psicologia se assenhorou da palavra e conceito para criar o termo personalidade. Twitters’s Personae pretende mostrar algumas das máscaras utilizadas por tuiteiros que conheço.

A  taxonomia que apresento não é completa. Nem é definitiva. Além disso, quase todos os tuiteiros utilizam mais de uma máscara, sobrepondo tipos ou personae.

Até o momento, consigo vislumbrar os seguintes tipos ou personae no espaço Twitter:

Linkador. Este tuiteiro escreve todos os dias dezenas de mensagens para indicar recursos da Internet. Obstinadamente. Pelo número de indicações feitas diariamente, desconfio que o linkador não lê tudo que recomenda. Apenas emprega o recurso do hipertexto para piar com grande freqüência.

Narciso. Tem gente que gosta muito de espelho. Isto é, gosta muito de se ver, de se admirar. E descobriu que o Twitter pode espelhar sua maravilhosa figura diversas vezes ao dia. Não pia pra ninguém. Pia para si mesmo. Não escuta pios alheios.

Intelectual. Pia com superioridade. Desconsidera pios que não venham da academia ou de celebridades das ciências e das letras. É surdo para pios de gente comum. Sugere que seus pios sempre são manifestações de inteligência. Parece que faz um favor quando pia. Pia com freqüência, pois a ignorância do povão ainda é muita.

Boca grande. Não para de piar. Tuita centenas de vezes ao dia. Não precisa de assunto. Produz muita informação sem significado. Segue, consciente ou inconscientemente, um princípio shannoniano. É redundante. Repetivo. Parece pinto com bico descontrolado, incapaz de ficar fechado por alguns minutos.

Cometa. Entusiasmado com a ferramenta começa a tuitar. A farra dura dois ou três dias. Depois o tal desaparece. Viaja para uma nuvem de Orth da qual parece que nunca mais retornará. Mas, ninguém sabe. Pode voltar algum dia, talvez com cauda nova e brilhante.

Ex-militante. Já tuitou muito. Era bom piador. Tem contribuições importantes no ciberespaço. Contribuiu para o sucesso do Twitter. Ouviu pios alheios. Conversou. Fez muitas amizades. Mas, a vida o levou para outros caminhos. Hoje aparece pouco no Twitter, com pios fracos. Continua no pedaço apenas para marcar presença.

Cidadão de tecnópolis. Fanático por qualquer novidade que pinte no ciberespaço ou no mercado de bugigangas digitais. Tem fé inabalável. É um evangelista que busca converter todo mundo. Fica espantado quando alguém levanta alguma dúvida sobre a Boa Nova. E, claro, usa o Twitter como veículo para converter os pagãos que relutam em abandonar velhas crenças.

Tenso entediado. Pode ter mais de vinte anos. Mas, é um adolescente. Pia muito: centenas de vezes ao dia. Pia alto. Ás vezes pia em bando. Seus pios parecem samba de uma nota só. No frigir dos ovos, todos os seus pios podem ser reduzidos a duas palavras: “Tédio” e “Tenso”.

Observador oculto. Tímido? Preguiçoso? Medroso? Muito ocupado? Sei lá! É um passarinho mudo. Talvez escute os pios alheios. Nunca comparece no pedaço. Está registrado no Twitter. Ás vezes o sistema até o recomenda. É conhecido fora do ciberespaço e até papeia com certa desenvoltura. No Twitter, porém, é um espia que se recusa a piar.

Biógrafo egocêntrico. Anuncia sempre o amanhecer. Depois conta como se desenrola seu dia. Eventualmente registra pensamentos (próprios) menos profundos que espelhos d’água. Acha que seu cotidiano precisa ser conhecido pelos outros. Compartilha seu viver, quase sempre sem grandes aventuras.

Citador. Usa o Twitter para reproduzir pensamentos de celebridades. Há uma subespécie religiosa dessa persona. Reproduz textos bíblicos ou platidudes que se pretendem teologicamente profundas.

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Motivos para estar no Twitter

maio 30, 2011

Fui atrás de indicação de @davepeck. Esse tuiteiro da Califórnia indicou texto com o título “Twitter 101 Lesson”. Fui conferir. Trata-se de material escrito por Mike Johansson para ajudar noviços em comunidades tuiteiras. Achei que o texto é interessante para quem quer conhecer motivos para tuitar. Por essa razão, tomei a liberdade de fazer uma tradução-adaptação do escrito do Mike.

Seguem aqui tradução do material e informações sobre o autor do texto original.

Começo hoje uma série curta de posts planejados para ajudar chegantes a entender estratégias das mídias sociais por trás do uso profissional do Twitter.

Esta é a primeira questão: Por que você está no Twitter? 

A. Para conversar com amigos: Se esta for a única razão para sua presença no Twitter, você pode fazer o que quiser – pense apenas em proteger seriamente seus pios de tal maneira que apenas pessoas que você conhece os veja!

B. Rede Profissional: Não importa se você ainda está na escola, ou se está no início de uma carreira, ou se já é um profissional bem assentado na vida, o Twitter permite-lhe construir conexões com pessoas interessantes e relevantes mundo afora que trabalham e falam de tópicos relacionados com seus interesses.

Assim, se “B” for sua escolha, você vai querer mais do Twitter. Considere as seguintes coisas a fazer…

1. Torne seu perfil público: Você quer se conectar com pessoas, então mantenha sua conta aberta porque  pretende ser profissional neste ambiente. Certo?

2. Escolha um nome de tuiteiro que seja seu nome complete ou pelo menos variação de seu nome. Esteja seguro de que seu nome está aparecendo em algum lugar do seu perfil público.

3. Preencha ‘local’ com o verdadeiro nome de sua localização: Isso irá conectá-lo com pessoas com as quais você poderá se relacionar na vida fora do ciberespaço.

4. Invista na sua bio de tal maneira que ela diga algo a respeito de suas atividades profissionais e aspirações, e não deixe de mostrar um pouco de sua personalidade. Você tem 160 caracteres; use-os com sabedoria.   

5. Escolha um avatar-foto que seja a sua cara: Evite a tentação de parecer bonito. Um retrato de sua verdadeira cara é parte aquilo que você é.   

6. Escolha sua URL com sabedoria: Se você tiver uma página Linkedin completa, linke-a. Se você  tiver seu próprio nome  como uma URL e utiliza tal website para destacar suas competências, saberes e talentos, melhor ainda.

7. Comece a seguir outros sem pressa: Encontre pessoas relevantes no seu métier ou com interesses comuns; e siga apenas uns poucos por vez. Não há ciência nisso, mas  se o seu número de ‘Following” é cinco vezes superior a seu número de ‘Followers’, vão pensar que você está desesperado por seguidores.

8. Não siga todo mundo: Seguir pessoas apenas porque elas a seguem não é uma obrigação no Twitter. Seguir de volta deve ser reservado para pessoas com as quais você acha que poderá aprender de fato.

9. Preste atenção nos pios dos outros: Você vai aprender muito apenas ‘ouvindo’. Quando chegar a hora (se você vê algo que quer comentar ou  se você quer agradecer alguém por compartilhar alguma coisa) mande uma mensagem @. Esses pios são o começo de uma conversa verdadeira com pessoas que um dia poderão se tornar parte de sua rede de relações profissionais.

10. Retuite criteriosamente: Quando ler algo que verdadeiramente significa algo para você ou que você pensa que alguns de seus seguidores vão apreciar, retuite (RT). Se houver espaço para tal, acrescente comentário que explique porque você gostou do pio.

Quem é  Mike Johansson . Mike é um estrategista e professor que ajuda profissionais e estudantes como obter o máximo possível das mídias sociais. Ele ganhou reputação por colocar novas, e às vezes complexas, idéias numa linguagem simples. Atualmente Mike é Professor Visitante no Department of Communication at the Rochester Institute of Technology, onde ensina relações públicas e jornalismo.

Valores contemporâneos segundo Quino

maio 29, 2011

Não preciso apresentar Quino, o genial criador de Mafalda.

Meu amigo Giulio Vicini acaba de enviar para lista da qual participo uma série de cartoons do artista, mostrando atos de educação sobre valores de nosso tempo. Concordando ou não com o famosso desenhista argentino, a matéria merece reflexão.

Blog Theory: uma resenha

maio 29, 2011

Minha resenha mais recente para o Boletim Técnico do Senac aborda escrito interessante para quem trabalha com as novas tecnologias em educação. Trata-se do livro Blog Theory, de Jodi Dean.  A obra não é um manual de pocedimentos ou de receitas.  A autora analisa sobretudo impactos da Internet  na estruturação da identidade e em novas tramas de como realacionar-se com significados.

Jodi Dean se propõe a fazer uma análise crítica. A leitura do livro é bastante exigente, mas vale a pena se quisermos mergulhar em reflexões necessárias para não nos convertermos em tecnófilos ingênuos. Para interessados, segue link da resenha:

Anexo aqui vídeo no qual a autora fala sobre um dos capítulos de Bloging Theory: Whatever Blogging.

Correção de linguagem e educação

maio 24, 2011

Andei reunindo materiais para escrever sobre o affaire do livro didático que colaca em discussão a relatividade da norma culta. Pensei inclusive em usar como título de post uma expressão que ouvi de meu amigo Márcio Jabur, escritor premiado:

Os home bão.

Mas, o tempo passou e boa parte do que eu pretendia escrever já foi escrito por outros.

De qualquer forma, registro aqui opiniões do Jabur sobre a frase “os home bão”. Trata-se de expressão popular comum em nosso Interior. Eu a ouvi muitas vezes na minha Franca do Imperador. Jabur cansou-se de ouvi-la em sua querida Pinhal (“Pinhar”, como ele gosta de dizer).

O escritor repara que a forma reconhecida como correta pela norma culta – “os homens bons” –  é redundante. Para indicar plural – mais de um homem com boas qualidades – ela modifica artigo, substantivo e adjetivo. A expressão popular é muito mais econômica, flexiona apenas o  artigo. Quem recebe a mensagem com uma única indicação de plural entende que o interlocutor está falando de diversos homens virtuosos. Do ponto de vista comunicativo, se olharmos para requerimentos de economia na informação, a frase da gente do povo é mais limpa. Ela, em muitos idiomas, seria norma culta, não erro que xerifes da linguagem perseguem com descabido entusiasmo.

Muito do que eu gostaria de dizer sobre o caso aparece no blog de José Ribamar Bessa Freire. Por essa razão, remeto o amável leitor para o imperdível texto do Ribamar:

Jesus e o pensamento pedagógico de hoje

maio 24, 2011

Minha mulher foi professora de matemática. Em seu trabalho docente teve muitos conflitos com pedagogos. E até hoje não aprecia pedagogite aguda. Ela compartilha com outras companheiras de trabalho tal sentimento. Hoje recebeu de uma ex-colega, professora de ciências sociais, mensagem com um anexo intitulado “Até Deus Duvida”. Gostei do anexo e acho que o mesmo merece divulgação.

A história funciona como uma pequena vingança de mestres que andaram às turras com coordenadores pedagógicos com pouca sensibilidade para entender as dificuldades dos professores no dia-a-dia da sala de aula. Sem mais delongas, aqui vai a história:

Nem  Jesus Cristo aguentaria ser um professor nos dias de hoje…

O Sermão da montanha (versão para educadores)

Naquele tempo, Jesus subiu a um monte seguido pela multidão e, sentado sobre  uma grande pedra, deixou que os seus discípulos e seguidores se aproximassem. 
Ele os preparava para serem os educadores capazes de transmitir a lição da  Boa Nova a todos os homens.
Tomando a palavra, disse-lhes:
  – Em verdade, em verdade vos digo:
  – Felizes os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus.
  – Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.
  – Felizes os misericordiosos, porque eles…?

Pedro o interrompeu:
  – Mestre, vamos ter que saber isso de cor?

 André perguntou:
  – É pra copiar?

Filipe lamentou-se:
  – Esqueci meu papiro!

Bartolomeu quis saber:
  – Vai cair na prova?

João levantou a mão:
  – Posso ir ao banheiro?

Judas Iscariotes resmungou:
  – O que é que a gente vai ganhar com isso?

Judas Tadeu defendeu-se:
  – Foi o outro Judas que perguntou!

Tomé questionou:
  – Tem uma fórmula pra provar que isso tá certo?

Tiago Maior indagou:
  – Vai valer nota?

Tiago Menor reclamou:
  – Não ouvi nada, com esse grandão na minha frente.

Simão Zelote gritou, nervoso:
  – Mas porque é que não dá logo a resposta e pronto!?

Mateus queixou-se:
  – Eu não entendi nada, ninguém entendeu nada!

Um dos fariseus, que nunca tinha estado diante de uma multidão nem ensinado  nada a ninguém, tomou a palavra e dirigiu-se a Jesus, dizendo:

  – Isso que o senhor está fazendo é uma aula?
  – Onde está o seu plano de curso e a avaliação diagnóstica?
  – Quais são os objetivos gerais e específicos?
  – Quais são as suas estratégias para recuperação dos conhecimentos prévios?

Caifás emendou:
  – Fez uma programação que inclua os temas transversais e atividades  integradoras  com outras disciplinas?
  – E os espaços para incluir os parâmetros curriculares gerais?
  – Elaborou os conteúdos conceituais, processuais e atitudinais?

Pilatos, sentado lá no fundão, disse a Jesus:
  – Quero ver as avaliações da primeira, segunda e terceira etapas e reservo-me o direito de, ao final,

aumentar as notas dos seus discípulos para que se cumpram as promessas do Imperador de um ensino de qualidade.
  – Nem pensar em números e estatísticas que coloquem em dúvida a eficácia do  nosso projeto.
  – E vê lá se não vai reprovar alguém!

E, foi nesse momento que Jesus disse: “Senhor, por que me abandonastes…”

Arquitetura Escolar, fala Fernandez Alba

maio 24, 2011

Hoje, ao rever meus guardados, acabei encontrando um velho número de Cuadernos de Pedagogia ( o de nº 86, fevereiro de 1982). “Tema del Mes: El Espacio Escolar”. Não sei se li as matérias na ocasião em que recebi a revista. Vejo agora que os artigos sobre espaço escolar, publicados na importante revista espanhola de educação, abordam algumas das questões que levantei neste blog nos dois últimos anos.

Pretendo voltar ao referido número da Cuadernos de Pedagogia outras vezes. Neste post vou apenas reproduzir uma das declarações do arquiteto Antonio Fernandez Alba em entrevista concedida a Juan Manuel de la Torre. Selecionei um trecho da entrevista. Alba fala mais de suas impressões sobre a escola nas sociedades industriais avançadas. Busca mostrar que as expectativas sociais acabam conformando o espaço escolar. Observa que poucas vezes se lêem as pedras, mas esta é uma necessidade fundamental. Propõe, nas entrelinhas, que o espaço escolar deva mudar para que princípios mais humanitários de educação possam ser vivenciados pelos alunos. Minha tradução é ligeira e desconfio que a fala do entrevistado não foi editada. Predomina um tom coloquial de conversa no dexto de la Torre. Mas, acho que a proposta do entrevistado pode ser bem entendida.

Segue aqui trecho da entrevista concedida pelo arquiteto Fernandez Alba:

A arquitetura que hoje cosntruímos reflete com toda precisão o amor que se tem pela criança e pela escola, a dimensão que esta escola se quer dar e, ao mesmo tempo, a finalidade que esta escola deve cumprir na sociedade atual. E esta é uma leitura a partir de seus aspectos mais anti-estéticos que revelam, no fundo, esse mau gosto, essa falta de dedicação [o entrevistado se refere a comentário prévio que fez sobre certos espaços da vida adulta]. Por exemplo, a escolha do lugar é o tema mais importante. As escolas se situam em espaços totalmente segregados e a partir daí já nasce toda uma cadeia de decisões.  […]

As escolas atuais estão organizadas para ensinar uma espécie de prontuário ou de vademécum […]. Esse processo de degradação se vê desde o ensino primário até a universitário. Se manifesta na falta de certos conteúdos nas escolas; tais conteúdos não interessam à sociedade porque podem formar cidadãos que irão contestar o que está aí. Esses conteúdos de formação são substituídos pela demagogia e pela titulação. Penso que o processo de marginalização, inclusive de exclusão, que os professor sofreu na sociedade industrial avançada, é parte de uma estratégia dos valores que esta sociedade estabelece de como deve ser a educação. Sem dúvida, um processo educativo de um povo é a arma revolucionária mais eloquente. Nesse sentido, o estado protetor e paternalista contemporâneo estabelece suas pautas. A instrução vale até certo ponto: até que repercuta como força de trabalho alienada no processo social em que se desenolve. Não há uma visão global nem no ensino primário, nem no secundário e, como se sabe, há  uma atomização de conceitos e de conhecimentos no ensino superior. No fundo, não há um cidadão formado e capacitado para dar respota nem ao mundo no qual vive, nem á situação social na qual se encontra.

Em todo este contexto, a arquitetura é um modelo dependente, ou seja, se estes são os conteúdos, a imagem que a arquitetura pode refletir é a destes conteúdos. Muitas vezes não se sabe ler através das pedras, mas é preciso ver a miséria em que se encontram os prédios escolares uns cinco anos depois de construídos, quando deveriam ser feitos com a rentabilidade de um tempo de uso importante, com uma rentabilidade ambiental, com um uso agradável.. É preciso ver como a criança hoje, exceto uns poucos casos, vai para a escola com certa hostilidade [contra a escola]. Isso por que no fundo o ambiente não é acolhedor, é um local de formalidades, um lugar de exclusão […] Não há uma situação de fruição pedagógica, nem sequer uma situação lúdica; na escola não se joga, suporta-se a agressão do funcionário que está passando, de uma maneira alienada, um conteúdo social para o qual não está preparado, e que nem lhe interessa. Há uma agressão que o meio reflete de modo eloquente. A leitura dos edifícios escolares é uma radiografia perfeita do amor que esta sociedade dedica ao jovem e da falta de sinceridade com relação a princípios.

Literatura Recomendada

maio 22, 2011

Ontem – 20/05 – estive no lançamento do livro Redes e Comunidades: Ensino-aprendizagem pela Internet, de Jaciara de Sá Carvalho. Comecei leitura da obra. Mas, antes de chegar ao fim, já firmei convicção: é literatura recomendada para gente que se importa com usos da Internet em educação. Vá atrás. Leia. Converse com a Jaciara lá no blog dela.

Spanish Revolution

maio 21, 2011

Estes dias estão acontecendo manifestações contra soluções que o pensamento hegemônico (?) entende serem certas para crises econômicas. Manifestações contra arrocho salarial, desemprego, desesperança, juros altos, culpabilização dos trabalhadores, cancelamento de benefícios sociais, redução de chances de trabalho para os jovens, endeusamento do mercado, práticas políticas tradicionais. Tais manifestações estão acontecendo na Espanha.

Escrevo esta nota aqui por dois motivos:

  1. tenho muitos amigos espanhóis (quase todos veem com simpatia o movimento ora em curso),
  2. o movimento utiliza a redes sociais como ferramentas de comunicação e mobilização, além de empregar linguagens da cibercultura para dar o seu recado. Destaco o último motivo.

Uma mostra de uso de expressões correntes na cibercultura aparece em vídeo recentemente produzido sobre a chamada Revolução Espanhola (Spanish Revolution). O autor utiliza o Youtube para dar seu recado. Utiliza acervos de imagem e som da Internet para produzir sua obra. E em algumas imagens recorre a modos de expressão muito familiares para quem usa computadores. O exemplo mais claro disso é uma imagem que reproduz cartaz mostrado por participante de manifestação em alguma praça de Espanha:

ERROR 404

DEMOCRACIA

NOT FOUND

O vídeo merece ser visto. Por isso, resolvi encaixá-lo aqui no Boteco.

Preferidas

maio 19, 2011

Duas das minhas preferidas: Ana Belén – a cantora, Lia – a canção.