Archive for fevereiro \27\+00:00 2010

Música da boa

fevereiro 27, 2010

Hoje de manhã bateu uma saudade de mim nos anos 60s. Quando isso acontece costumo procurar músicas daqueles tempos. Hoje escolhi um álbum de Claude Léveilée, músico de Montreal. Para quem quer conhecer a fera ou dela se lembrar, embedo aqui um VT dos bons.

Espaço e educação

fevereiro 24, 2010

Ano passado escrevi diversos posts sobre arquitetura e educação. Agora, uma aluna de arquitetura, Patrícia Cansian, da Universidade de Passo Fundo, entrou em contato falando de meus escritos e dizendo que pretende estudar arquitetura e educação em seu projeto de pesquisa. Ela me pede para indicar bibliografia. Vou fazer isso sistematizando referências que utilizei e contribuições de algumas pessoas que comentaram meus escritos.

O que tenho para indicar para a Patrícia não é muito. Boa parte dos livros que mencionei estão escritos em inglês. Não será fácil encontrá-los em Passo Fundo. Além disso, não sei se a Patrícia fica à vontade com textos gringos. Por todos esses motivos, solicito a visitantes deste Boteco que me indiquem em comentários a este post livros e artigos que abordem a matéria.

Para avivar memória, listo o que já escrevi sobre arquitetura e educação neste espaço de conversa. Quem quiser rever tais escritos, basta clicar sobre os títulos que seguem:

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Tolerância

fevereiro 23, 2010

Web 2.0 e educação

fevereiro 18, 2010

Neste vídeo , Jordi Adell e outros educadores espanhóis mostram algumas possibilidades de uso da Web em educação. Destaque para a apresentação do Jordi – grande educador e torcedor do Barça – sobre WebQuests.

Simples e complexo: conhecimento e aprendizagem

fevereiro 16, 2010

Materiais didáticos, sejam eles livros ou objetos de aprendizagem, costumam simplificar o conhecimento. Mas, considerações sobre complexidade e simplicidade no campo epistemológico não acontecem apenas na educação. Acontecem na ciência. Sobre o assunto, há um livro precioso, Simplicity and Complexity in the Games of  Intellect. Copio aqui trecho de resenha dessa obra:

Slobodkin proposes that the best intellectual work is done as if it were a game on a simplified playing field. He supplies serious arguments for considering the role of simplification and playfulness in all of our activities. The immediate effect of his unfailingly captivating essay is to throw open a new window on the world and to refresh our perspectives on matters of the heart and mind.

Jogos de simplificação ou complexificação acontecem com grande frequência nas aventuras científicas. Ás vezes o jogo nos permite melhor entender o mundo. Ás vezes o resultado é confuso e nosso entendimento vai para o brejo.

O tema da complexificação foi objeto da introdução da fala de Alan Kay, em março de 2007, no TED. Neste post procuro repassar algumas das idéias apresentadas por Kay na ocasião. Prováveis erros e enganos são culpa minha, seja por causa do meu inglês enferrujado, seja por causa das minhas limitações para entender o pensamento do autor. O que segue tem destaque convencional de citação no WordPress. Mas não se trata de citação. Trata-se de minha versão da parte introdutória da conversa de Alan Kay no evento maior do TED em 2007.

Para considerar simplicidade e complexidade, Kay iniciou sua palestra com observações sobre nossos enganos. E, em alguns casos, gostamos de ser enganados. Vamos ao teatro para isso. Queremos ser engandos pelos atores, acreditando na história que apresentam no palco. O mesmo acontece em shows de mágica. Bons espetáculos, no caso, são aqueles que nos enganam completamente.

Ser enganado é muito divertido no mundo do espetáculo. Mas a diversão acaba quando falamos de enganos sobre nós mesmos e sobre o mundo em que vivemos.

Ilusões de ótica são um bom exemplo para constatarmos nossas tendências a enganos. No material que apresenta, Kay mostra duas mesas desenhadas em diferentes perspectivas. Elas parecem ter tampos completamente diferentes em tamanho e forma. Mas, os tampos são exatamente os mesmos. A única forma de constatar isso é medir. Melhor ainda é recortar um dos tampos e sobrepô-lo ao outro. Kay faz isso utilizando um sofisticado programa de computador. Uma amiga dele faz o mesmo com tesoura, recortando o tampo de uma das figuras. No final de sua fala sobre as duas mesas, Kay observa que praticamente ninguém consegue ver os tampos como perfeitamente equivalentes, mesmo que já tenha visto a figura algumas centenas de vezes.

Dois dias após escrever o parágrafo acima, resolvi pesquisar a ilusão de ótica (table tops) comentada por Kay. Encontrei diversas versões. Segue aqui uma delas. Para que não fique dúvida, repito a informação: os tampos de ambas as mesas tem o mesmo formato e dimensões.

Num primeiro tempo de síntese, o autor utiliza uma citação do Tamuld:

  • “Vemos as coisas não como elas são, mas como nós somos”.

Na continuação, Kay sugere relações que podem clarear um pouco mais a questão de nossos enganos intelectuais. Ele começa dizendo que a realidade é um tipo de alucinação que temos na cabeça. O autor apresenta o assunto na seguinte sequência:

  • Se o mundo não é como parece … (e) Se vemos as coisas como nós somos, então:
  • O que chamamos de realidade é uma “alucinação”, um “sonhar acordado”. Assim:
  • O simples e inteligível pode não ser simples e inteligível. E…
  • O complexo pode se tornar inteligível.
  • Conclusão: A chave é entender melhor quem somos e encontrar caminhos para superar nossas falhas.

Na continuação do roteiro, Alan Key sugere caminhos. O esquema geral desse tópico é o que segue:

  • Não podemos ver até o momento que admitimos que somos cegos.
  • Por isso:
  • É preciso estender corrigir parcialmente os “canais barulhentos” que são nosso corpo e mente. Podemos fazer isso com instrumentos em cada uma das dimensões que seguem:
  • Dimensão da percepção: telescópios, microscópios, bolometria, EMR etc.
  • Dimensão da razão: lógica, matemática, computação etc.
  • Dimensão da perspectiva: entendendo que: O mundo não é o que parece. Vemos as coisas como somos. A ciência é um processo [sempre in fieri]. Etc.

Mudar perspectivas é uma das condições para o progresso [Isso lembra Khun em sua história da ciência].

Abandonamos o simples quando queremos fazer mais. Mas, muitas vezes, mais não quer dizer mudança, novidade, maior complexidade. Pode ser apenas um amontoado caótico de elementos sem grande complexidade. Cabe aqui a metáfora da arquitetura. Para complexificar é preciso contar com designs robustos que possam combinar elementos simples de maneiras inéditas e criativas.

No processo de simplificação é preciso estar atento para o essencial. Se este desaparece na versão simplificada, a compreensão vai embora com ele [esta nota é importante para análises de materiais didáticos; estes, muitas vezes, sofrem processo de simplificação que destrói o sentido original da ciência que supostamente o aluno deveria aprender].

Resumi até aqui cerca de oito minutos da fala de Alan Kay no TED/2007. A partir de uma visão geral dos processos de simplificação/complexificação, ele  mostra, em continuação, como certas simplificações no campo da matemática podem ajudar os alunos a deduzir princípios importantes. Para tanto, exemplifica sua fala com o trabalho de uma professora que leciona para crianças de seis anos. Depois, mostra como uma proposta de simplificação sem perda de essência pode ser trabalhada com utilização de computadores.

Não resumi nem vou entrar em detalhes na segunda parte da fala do autor. Interessados poderão examiná-la no vídeo que vem a seguir.

Essas idéias de Alan Kay são muito importantes em educação. Elas não estão organizadas de modo muito sistemático, mas creio que os leitores devem ter percebido qual é o rumo. Compreender quem nós somos é importante nestes tempos de usos de muitas tecnologias. Estas últimas só nos serão úteis se respeitarem nosso modo de ser, e se nos ajudarem a superar maneiras equivocadas de ver o mundo.

Para os interessados, reproduzi em Páginas, neste Boteco, tradução que fiz em 1995 de um capítulo de Complexity and Simplicity, livro citado neste post. O capítulo traduzido examina o jogo como uma forma de ver simplicidade e complexidade na ciência e na elaboração do conhecimento. Para ver tal texto basta clicar aqui.

Twitter na sala de aula?

fevereiro 16, 2010

Não comento. Apenas publico aqui vídeo da Universidade de Minnesota mostrando projeto em desenvolvimento nas escolas secundárias (públicas) da região.

Observação: Depois de postar esta notícia, descobri que o vídeo que aparece diretamente no blog ficou sem legendas. Para as pessoas que precisam de apoio para melhor compreender a locução do que é apresentado, a versão original apresenta legendas em inglês. Assim, quem precisar de tal auxílio deve clicar sobre a palavra Youtube. Com tal providência poderá ver o vídeo original legendado.

Pedagogia de projetos: velha novidade

fevereiro 15, 2010

Já faz algum tempo que vejo o entusiasmo de certos educadores pela pedagogia de projetos. Sempre fico com a impressão de que os entusiastas acham qu a proposta é uma novidade. Não é. A pedagogia de projetos foi inventada pela  Escola Nova, um movimento de renovação da educação cujos inícios começaram no final do século XIX. E quando falamos em projeto, é preciso reconhecer que a figura inspiradora do movimento é Kilpatrick, educador que começou sua atuação no final da primeira década de 1900.

Andei levantando informações sobre pedagia de projetos na Web. Vi que as referências geralmente são de obras de autores recentes. Mas, continuo achando que o autor brasileiro que melhor escreveu sobre a matéria foi Lourenço Filho. Descobri isso depois de ler O Systema de Projectos, parte da Lição IV do livro Introducção ao Estudo da ESCOLA NOVA. Encontrei a primeira edição da obra num sebo. O livrinho de Lourenço Filho foi editado pela primeira vez em 1930. E todas as suas idéias sobre pedagogia de projetos são fresquinhas. Podem ser aplicadas hoje sem qualquer mudança ou adaptação.

Para prazer de quem aprecia um texto clássico, escrito na ortografia dos meus avós, copiei o original de Lourenço Filho e anexei-o na seção Páginas deste Boteco. Se você quiser ver essa raridade, clique aqui.

A figura que aparece neste post é o afamado William H. Kilpatrick.

Veneno no prato

fevereiro 15, 2010

Estou vendo palestra de Jamie Oliver no TED (Technology, Entertainment and Design). Vê-la é uma dupla lição. Jamie sabe como conversar com um público. Jamie, um grande chef, conhece todos os venenos presentes nos alimentos que estamos comendo nos dias de hoje.

Capital humano

fevereiro 11, 2010

Acabo de receber, no meu email, referência a matéria do jornal eletrônico de uma organização que atende pelo nome de IBCO. A chamada da principal matéria da publicação é:

  • MERCADO DE TRABALHO E PRAZO DE VALIDADE DO CAPITAL HUMANO

Sempre me perturba essa mania de ver profissionais como capital da empresa. No caso brasileiro, cabia falar em capital humano até o final do século XIX. Mas com o desaparecimento da escravidão, os trabalhadores deixaram de ser um ativo das empresas.

Para que não fique dúvida quanto a ativo, segue aqui uma definição do termo que pode ser encontrada na Wikipedia:

Em contabilidade o ativo são os bens e direitos que a empresa tem num determinado momento, resultante de suas transações ou eventos passados da qual futuros benefícios econômicos podem ser obtidos. Exemplos de ativos incluem caixa, estoques, equipamentos e prédios.

Bens são itens de propriedade da entidade que possuem valores; Direitos são esses mesmos bens, porém estão momentaneamente de posse de terceiros, geralmente são bens numerários.

Os ativos têm a característica de ser bens postos em atividade, apoiando a entidade nas suas operações e no seu funcionamento e ajudando a atrair a riqueza para si.

Não faço esta observação sobre capital humano levado por qualquer sentimento de pieguice. Minha manifestação é política. Trabalhadores não são propriedade da organização onde trabalham. É certo que as empresas compram, muitas vezes por preços aviltados, o trabalho de seus profissionais. Sobre o assunto convém lembrar um conceito hoje bastante esquecido: a mais valia. Interesados nesse conceito podem ver uma definição bem humorada do mesmo em samba da mais valia.

Para quem me cobra coerência temática neste Boteco, segue uma justificativa. A idéia de considerar trabalhadores como capital humano guarda parentesco com a idéia de gestão do conhecimento. Este último movimento, muito popular nos anos noventa e ainda bastante difundido, tem como pressuposto que o saber do trabalhador é propriedade da empresa para a qual este vende seus serviços. Isso não é correto. Saber é algo pessoal e intransferível. O saber do trabalhador é dele e de mais ninguém. Tentativas de apropriar-se de conhecimentos profissionais é um tipo de pirataria.

Como vêem, uso do termo capital humano tem tudo a ver com tecnologia. Cabe, portanto, abordar o tema num blog sobre blogs e extensões temáticas sobre tecnologias da informação e comunicação.

Rapidez das bactérias

fevereiro 10, 2010

A comida foi ao chão. Mas você é rápido. Em pouco tempo recupera o precioso alimento e o come sem medo de ser feliz. Mas fica uma pergunta: quanto tempo demora para que as bactérias do solo contaminem sua comida? Recente pesquisa na San Diego State University (SDSU) sugere que o alimento não pode ficar muito tempo em contato com o solo. Nem cinco segundos.

O assunto nada tem a ver com este blog, nem com assuntos que devam ser blogados em espaços educacionais. Mesmo assim, estou falando sobre a matéria. Motivo? Fiz meu mestrado na San Diego State University. De vez em quando baixa uma baita saudade dos meus tempos de estudante naquela instituição de ensino superior da Califórnia.

Alunos da SDSU e californianos continuam com uma qualidade que sempre admirei: bom humor. O pessoal de comunicação da San Diego fez um vídeo sobre opiniões da moçada sobre a regra dos cinco segundos. Bem legal. Inseri o vídeo aqui, para que vocês possam se deliciar com gracinhas da gente da Califórnia e para que tenham uma idéia de um local onde passei parte da minha vida estudantina. Saudades!