Já noticiei aqui artigo publicado em Quaderns Digitals. Volto a destacar link para o texto que escrevi atendendo a convite da direção do Quaderns. As considerações que fiz podem ser úteis para meus alunos que deverão escrever sobre Internet e Educação em seus relatórios sobre experimentação do projeto WebGincana. Para ver o artigo, clique aqui.
Archive for maio \29\+00:00 2009
Tecnologia é Imaginação
maio 29, 2009Referências sobre WebGincanas
maio 29, 2009Não há muita literatura sobre WebGincanas. Alguns dos materiais que escrevei podem ser encontrados no site WebGincanas do Senac. No meu blog mais antigo, o Aprendente, há um ou outro registro sobre essa forma de organizar informações para usos educacionais da Internet. Há também uma reportagem que saiu na revista Carta na Escola.
A maior parte de notas sobre WebGincanas está aqui no Boteco. Para facilitar a vida de quem precisa dar uma olhada nas referências, listo os posts que já publiquei sobre o assunto neste espaço.
Música e educação: repeteco
maio 29, 2009Acho que já divulguei obra e resenha da própria aqui. Mas ando com uma preguiça danada. Por isso não conferi. Como ando pensando muito sobre o assunto “música e educação”, principalmente porque algumas amigas corajosas de Espanha me convidaram para escrever sobre o assunto, volto ao livro do de Peter Perret. Ainda não achei um bom começo para o artigo solicitado. Certamente a obra de Perret será uma de minhas principais referências. Se algum leitor ou leitora puder ajudar com comentários, agradeço. Afinal de contas ainda me faltam muitas perguntas sobre importância da educação musical [prefiro esta expressão em vez de música na educação].
Aqui vai a divulgação de que falo no início. Para quem não conhece a experiência de educação musical de Bolton, convém ler a resenha que fiz. Para encontrá-la, clique no destaque a seguir.
Informação e Comunicação para Edgar Morin
maio 27, 2009Meus alunos do 1°ano de Comunicações estão apresentando seminários criativos sobre capítulos da obra Comunicação de Massas no Século XX, de Edgar Morin. O autor hoje anda trabalhando mais com educação e ciência. Mas nos sessenta ele era um dos mais respeitados analistas dos meios de comunicação. Achei que o próprio não mais falasse do assunto. Porém, acabo descobrir um vídeo no qual o velho filósofo francês aborda o tema informação. Para quem arranha um pouco de francês ou que queira conferir se consegue entender o idioma do Asterix (a dicção de Morin é muito boa!), aqui vai o link.
Susan Boyle again
maio 24, 2009Susan Boyle continua no concurso. Nada mais a dizer. Hora de ver e escutar uma vez mais.
Boa história no lugar errado
maio 24, 2009Hoje (24/05/2009) o ombusdsman da Folha de São Paulo mostra que o jornal não considerou de modo adequado aquele episódio sobre livros de histórias em quadrinhos distribuídos recentemente na rede estadual de ensino no Estado de São Paulo. Para quem leu a notícia original ficou a impressão de que o material era uma produção grosseira, cheia de palavrões e de cenas impróprias. Parece que a coisa não era bem essa. Tratavam-se de histórias em quadrinhos para adultos. E histórias me quadrinhos inventivas. O material não tinha crianças como alvo.
Alguém menos antenado em comunicação, ao ver histórias em quadrinho, logo pensou que o livro era para crianças e mandou distribuir a obra para alunos do ensino fundamental. Ou seja, a origem de tudo foi um mix de ignorância e preconceito. Alguém não sabia que as HQ’s podem ser literatura adulta. Ou, esse mesmo alguém, quando vê histórias contadas por meio de desenho apoiado por texto conclui que se trata de literatura infantil. Provavelmente tal alguém nunca leu um gibi (e talvez também nunca tenha lido um clássico da literatura…). Leitores de gibi são também leitores de obras de Machado, Borges, Garcia Marques, Josué Guimarãoes etc e etc.
O ombusdman da Folha ao comentar episódio e desdobramentos cita com destaque matéria de minha amiga Doralice Araújo. Foi ela quem levantou a lebre da falta de compreensão dos jornalistas que destacaram apenas a opinião dos moralistas de plantão. Recomendo por isso leitura da matéria escrita pela Doralice. Para tanto basta clicar aqui.
Livro precisa ser bom
maio 21, 2009Vendedores de salsicha invadiram o pedaço. Para eles tudo é produto, motivo de cálculo para saber o tamanho dos lucros. Entraram no mercado de livros e acham que são as vendas o motivo principal para decidir o que editar. Conteúdo e beleza, a arte enfim, são coisas de sonhadores incapazes de perceber o que querem os clientes. Com isso tudo, com o perdão de meus tios que foram operários competentes de frigoríficos, livro virou salsicha, com recheio de carne de terceira e temperos que disfarçam a falta de qualidade do conteúdo.
Escrevi tudo aquilo ali em cima para aguçar a curiosidade de quem gosta de livros e quer conhecer opinião de gente do ramo, meu amigo e editor Quartim de Moraes. Ele acaba de publicar no Estadão matéria imperdível sobre o mercado livreiro. Meus alunos e ex-alunos de da área de letras estão intimados a comentar. Minha amiga Doralice está convidada a dar opinião de quem entende do riscado.
Vejam a matéria do Quartim clicando sobre o título que segue ali em baixo.
Corte-e-cole: opinião de estudante
maio 19, 2009Em comentário a meu post sobre a famosa cola da Internet, Juliana Lima, minha ex-aluna no curso de Licenciatura faz considerações que quero compartilhar com frequentadores deste Boteco. Nada mais digo. Juliana com a palavra:
Olá, Jarbas!
Adorei esse post e o seu comentário no outro blog, pois creio que seus argumentos tem tudo a ver.Como aluna devo admitir que atualmente é difícil não cair em tentação no chamado “ctrl+c ctrl+v”, afinal de contas, essa é uma discussão cultural, política e até econômica, pois muitos estudantes acordam cedo para trabalhar e vão do trabalho para a faculdade / escola e chegam em casa em por volta da meia-noite, ou seja, dormem mal, comem mal, não possuem tempo para se dedicar aos estudos e consequentemente, copiam tudo do Sr. Google.
Às vezes eu não gostaria de fazer isso, mas não tenho opção, visto que além dos professores indicarem vários trabalhos, alguns exigem até quantidade de folhas que eles devem conter.
Peraí, pesquisar é preciso e necessário, mas e as minhas aulas de coesão, coerência e objetividade? Elas vão para o espaço, pois o que poderia escrever em duas linhas, escrevo em oito só para atingir as medidas mínimas para ser aprovada.
Às vezes parece que estou numa academia de ginástica e não numa faculdade de tantas medidas que devo atingir… Enfim, essa é uma discussão longa, complexa, que engloba muitos aspectos e que está distante de se decidir se copiar e colar será uma prática ilegal ou não.A verdade é que os professores devem tentar bolar alguma didática sobre os assuntos pesquisados, a fim de que os alunos consigam efetivamente ler e estudar a matéria solicitada, pois na base do copia e cola o aluno não aprende nada.
Torço para que num futuro próximo todos tenhamos domínio sobre os impactos que as tecnologias causam na educação e que eu consiga cumprir a minha promessa de ler todas obras literárias indicadas pelos professores após o término da minha graduação, pois por enquanto os resumos, infelizmente, estão me ajudando.
Abraços,
Juliana
Arquitetura e educação: uma frase
maio 18, 2009Encontrei a frase acima no Mario, um blog canadense. Ela serve como luva em nossas conversas sobre arquitetura e educação. Meu francês não é lá grande coisa, mas tento uma tradução livre.
“A PASSAGEM DA “SOCIEDADE DO CONHECIMENTO” PARA UMA “SOCIEDADE DE CONHECEDORES” VAI ACONTECER NA HORA EM QUE AS ESCOLAS DEIXAREM DE ERIGIR MUROS E COMEÇAREM A ABRIR JANELAS.“
Wolfram Alpha: primeiras impressões
maio 18, 2009Estava curioso para ver resultados de uso do Wolfram Alpha, a nova vedete dos sistemas de busca de informação na Web. No Twitter vi comentários do Bernie Dodge registrando suas primeiras impressões sobre a novidade. Nada de extraordinário. Mais que isso, Bernie confessa que não conseguiu encontrar algo empolgante. Observa que essa primeira impressão talvez nada signifique. Ele lembra que sentimento semelhante rolou ao experimentar uma novidade chamada Google.
Fiz minhas próprias buscas na nova ferramenta. Não consegui ver utilidade clara em meus campos de interesse. Educação, tecnologia educacional, sociologia do trabalho, temas mais próximos das coisas que leio na vida profissional, aparentemente não fazem parte do acervo a partir do qual a nova ferramenta fornece respostas. Falo de aparências, pois talvez futuros usos mostrem que minha visão inicial é equivocada.
A ferramenta nada tem a ver com os buscadores mais conhecidos. Ela não indica webpages. Ela fornece sínteses informativas dentro de certos padrões. As informações apresentadas são aquelas que podem ser tratadas computacionalmente. Se esse meu palpite for correto, nada que tenha caráter “literário” será tratado pelo Wolfram.
Gastei um bom tempo explorando a novidade. Ela é diferente de tudo que conhecemos. Mas velhos hábitos fazem com que a utilizemos como se fosse um buscador tradicional. Talvez essa prática seja o principal motivo de nossa falta de entusiasmo. Estamos googlando o ingooglável. No Wolfram a busca é de outra natureza.
Alguns resultados são curiosos. A busca de uma data, por exemplo, apresenta informações que podem alimentar um bom papo de boteco. Wolframei a data emque nasci. Fiquei sabendo quantos meses e semanas vivi até o momento da busca. Fiquei sabendo a que horas o sol nasceu e se pôs no dia de meu nascimento. Soube também que vim ao mundo num dia de lua cheia. Nenhuma utilidade. Mas é uma informação interessante em horas de jogar conversa fora.
Outra coisa que descobri. O Wolfram apresenta uma calculeira impressionante sobre nomes próprios e sobrenomes. Vejam o caso de José. O novo buscador informa que uma em cada 196 pessoas tem este nome. Informa ainda que mais de quatrocentos e cinquenta mil Josés estão vivos hoje. Sobrenomes também são tratados da mesma forma. Os dados, porém, referem-se apenas ao censo americano. Há aqui um problema que identifiquei em muitas buscas: os dados utilizados como fontes pelo Wolfram são produções européias e americanas. O sistema não reconhece um nome própio como o meu, Jarbas. Pouca gente tem esse nome. Mas o novo buscador também não reconhece nomes mais comuns aqui e em Portugal, como Raimundo e Manuel. O mesmo vale para sobrenomes. Silva é reconhecido. Buarque, não.
Tentei encontrar pessoas famosas no Wolfram. Machado de Assis está lá, acompanhado por Paulo Coelho, Jorge Amado e Guimarães Rosa. Mas nada de Manuel Bandeira e de Érico Veríssimo. Na música, Caetano Veloso está wolframado, Chico Buarque não. O novo buscador conhece Françoise Hardy, mas ignora Silvio Rodrigues e Pablo Milanes. Informa sobre Piaget. Nada diz sobre Bartlett. Talvez no futuro a galeria de gente famosa seja mais completa. No momento ela parece bem limitada. Em literatura talvez inclua obscuros escribas que usam o idioma inglês. Provavelmente levará muito tempo para reconhecer grandes escritores que têm o azar de escrever em outras línguas.
Em geografia física e política a nova ferramenta oferece informações que podem ser aproveitas em educação. O sistema reconhece, por exemplo, quase todas as cidades do Brasil [mas nada sabe sobre o burgo onde nasci, Itirapuã]. Quando solicitei informe sobre Franca, por exemplo, o Wolfram me disse que a cidade tem 305 mil habitantes, localizou-a num mapa do Brasil, me forneceu hora e temperatura observadas na cidade no momento da minha busca, me informou que a localidade está a 1014 metros de altitude, e indicou a maior cidade mais próxima, Ribeirão Preto (para desespero do orgulho francano).
O Wolfram pode estabelecer algumas relações entre duas ou mais cidades. Para isso basta digitar, separados por vírgula, o nomes de duas ou mais localidades. Fiz isso, por exemplo com Franca, San Diego. O resultado é um quadro comparativo de número de habitantes, horário, altitude. Num mapa mundi aparece a indicação de onde estão localizadas as cidades buscadas. Uma linha vermelha as liga e o Wolfram informa a distância entre elas.
Dados de geografia política e física para as cidades, com o tratamento informativo do Wolfram, podem ser fontes interessantes. Basta usar um pouquinho de imaginação e criar tarefas que coloquem os alunos em rotas de busca. Coisa semelhante pode ser feita com as informações que o buscador oferece sobre países.
É bom tomar alguns cuidados ao utilizar os dados do Wolfram. Como já disse, as fontes que a nova ferramenta usa podem ter certos vieses. Fiz uma busca sobre o Timor Leste. O buscador, ao informar idiomas do país, não inclue português (uma das línguas oficiais). Inclue inglês, idioma defendido por timorenses vinculados à Austrália (mas que não é língua oficial do país). É certo que talvez nem cinco por cento da população seja fluente em português. Mas o mesmo se pode dizer do inglês.
Dizem que o Wolfram é forte em ciências duras. Essas áreas de saber não são minha praia. De qualquer forma tentei investigar um metal, lead (chumbo). Os resultados apresentam bastante informações e uma tabela periódica localizando o elemento pesquisado. Parece que é material que pode ter bom aproveitamento em educação. Tudo vai depender da imaginação de professores que saibam dinamizar a utilização em tarefas que dêem sentido às buscas.
Fiz aqui um resumo da minha primeira experiência com o Wolfram Alpha. Não fiquei impressionado. Talvez eu tenha navegado pelo ambiente como se estivesse num buscador tradicional. Isso pode ter influencidao minha avaliação inicial. Vou precisar de algum tempo para aprender a usar a ferramenta e entender bem qual a sua utilidade. Mas já comecei a perceber algumas possibilidades de wolframar em educação.