Segue aqui o roteiro de minha palestra para o evento da Universidad Nacional del Centro de Perú. É um roteiro para fala. Não é uma fala roteirizada. Acho que essa éa melhor forma de usar powerpoint. No roteiro cabem apenas imagens e provocações.
Archive for novembro \26\+00:00 2008
Educação, Tecnologia e Gestão
novembro 26, 2008Nas Nuvens
novembro 26, 2008No próximo dia 29, faço palestra em evento na Universidad Nacional del Centro de Perú. A instituição fica em Huancayo, nos altos do Andes ( 3000 a 3500 metros). Daí o título deste post. Para sentir um pouco da alma peruana e da proposta da universidade, dê uma olhada neste vídeo:
Antes de organizar o roteiro de minha comunicação, andei levantando vários pontos que gostaria introduzir na conversa. É aquela coisa que alguns chamam de brainstorm, sem muita ordem ou sequência. É um material que pretendo reordenar um dia na forma de artigo. Por enquanto, se interessar a alguém, pode ser visto em Educação Tecnologia e Gestão, aqui mesmo, neste Boteco.
Sucesso fecha biblioteca virtual
novembro 21, 2008A Folha de São Paulo de hoje (21/11/08), em E12, publica a seguinte nota:
A União Européia lançou ontem, com 2 milhões de obras na íntegra, A Biblioteca Europeana, que reunirá na internet acervos das bibliotecas nacionais do continente. Entre os títulos, estão clássicos como “A Divina Comédia”, de Dante, documentos e manuscritos de compositores como Beethoven e Mozart. A meta do projeto é atingir 10 milhões de obras em 2010.
Fui conferir. Não pude entrar. Motivo: a biblioteca está fechada, vítima de seu grande sucesso. Dez milhões de visitas por hora congestionaram o sistema. Os organizadores da Europeana foram obrigados a fechar as portas, prometendo voltar em meados de dezembro com um sistema mais robusto.
No momento, o site está no ar apenas para noticiar o ocorrido, pedir desculpas aos interessados, mostrar um vídeo (ótimo) sobre o projeto e registrar e-mails dos muitos navegantes.
Registrei-me. Porém, fica uma dúvida: será que eles vão dar conta de tantos e-mails?
Apesar dos pesares, vale a pena visitar o lugar, ver o vídeo e deixar lá seu endereço eletrônico para que eles lhe comuniquem a reabertura da Europena.
O episódio é rico em lições. Uma delas: a poderosa internet falha de vez em quando. Outra: dez milhões de pessoas entrando numa biblioteca por hora é motivo de muita esperança. Talvez alguns visitantes sejam apenas curiosos, mas muitos outros são gente que quer saber, aprender, apreciar cultura.
Papel das escolas
novembro 17, 2008Escreve-se e diz-se muita coisa equivocada sobre o que devem fazer as escolas. Em tais ditos e escritos pouco ou nada há sobre ensino e estudo. Por isso é sempre um prazer ver gente esclarecida lembrar-nos qual tem de ser o papel central das instituições escolares. Do que estou falando? De um post que acabo de ler lá no De Rerum Natura. Se você também se interessa pelo assunto, clique no título abaixo.
A Função da Escola.
Roma Antiga
novembro 17, 2008A velha Roma é o assunto da semana na Web. Nada a ver com o time da cidade, que anda mal das pernas. A grande novidade é o lançamento da Ancient Rome Google 3d, uma nova camada do Google Maps que permite ver como era a Roma Imperial por volta do ano de 320 DC. Tudo se passa como se um satélite de hoje explorasse a capital do Império na época de Constantino. O recurso permite visitas a alguns dos prédios mais importantes da cidade.
Roma é a primeira civilização, segundo Daniel Boorstin, em The Creators, que tem uma arquitetura com prédios que podiam abrigar grande número de pessoas em seu interiores. Nas civilizações anteriores, a grega e a egípcia, por exemplo, as construções podiam ser monumentais por fora, mas seus interiores eram muito modestos. O uso de concreto nas construções de Roma permitiu a criação de grandes espaços internos. Quem já esteve na Cidade Eterna e viu as basílicas de Santa Maria Maior e São João de Latrão pode ter uma idéia de como eram amplos os palácios romanos. Com o novo recurso da Google, não é preciso ir até a cidade de Rômulo e Remo para ver por dentro alguns dos edifícios mais bonitos do lugar.
A novidade, que acaba de ser disponibilizada, é resultado de um projeto desenvolvido pela Universidade da Califórnia e pela Universidade da Virgínia. O objetivo da academia era o de oferecer a pesquisadores um instrumento que permitisse examinar a arqueologia romana a partir de modelos em 3d, recuperando vitualmente o esplendor de Roma. A Google se associou ás universidade para divulgar o trabalho e torná-lo acessível qualquer a navegante da Web.
Ancient Rome (Roma Antiga) pode ser um recurso fantástico para estudos de história. É claro que o material por si só não funciona em termos de educação. É preciso que professores talentosos inventem modos de usar que produzam aquela mágica necessária para que haja aprendizagem. Por isso, a própria Google está promovendo um concurso, com ótimos prêmios para os docentes que sugerirem os modos mais criativos de usar Ancient Rome Google 3d.
Se quiser ver mais informações sobre esta matéria, seguem aqui algumas indicações:
Jogos e educação
novembro 15, 2008No mês de julho deste ano, na 4th Games, Learning, and Society Conference, a pessoa que causou maior impacto no pedaço foi o linguista James Gee. Ele estuda games e tenta ver como tais jogos, que engajam tanta gente em atividades de muita atenção e estudo, podem nos ajudar a fazer uma educação na qual estudantes tenham maior entusiasmo por aventuras de aprendizagem. Desde aquela época selecionei sites e comentários sobre a obra de Gee para elaborar um post bem transado aqui no Boteco. O tempo passou e eu acabei não fazendo o que queria.
No intermezzo, fui convidado para fazer uma palestra no I Congresso de Tecnologia na Educação, evento virtual organizado pelo Grupo Blogs, Internet e Web na Educação. Aproveitei a ocasião para sistematizar o resultado de minhas leituras dos artigos de James Gee. Preparei uma palestra com o seguinte título: Comunidades de prática, comunidades de paixão e aprendizagem na web. Ah! Você deve estar perguntando: o que isso tem a ver com Gee? Tem muito. O autor criou uma expressão esclarecedora sobre o que rola nos games: comunidades de paixão.
Não vou falar mais sobre James Gee e o que andei elaborando a partir do trabalho inspirador dele. Minha palestra brevemente sairá como artigo na revista eletrônica que o pessoal do I Congresso de Tecnologia na Educação está preparando. Assim que a matéria entrar no ar, dou um toque aqui.
Quando planejei esta mensagem, tinha em mente fazer um comentário a respeito de post sobre jogos e educação no blog de Bernie Dodge. Aí James Gee entrou no meio da conversa e quase me esqueço da intenção original. Bernie fez uma nota interessante com belos exemplos de jogos. Nenhum deles feito para situações convencionais de educação. Mas todos eles ótimos para aproveitamentos em programas educacionais. E, acima de tudo, ótimos como referências para produtos que poderiam (deveriam) ser feitos para facilitar aprendizagem.
Dei uma olhada no material indicado. Recomendo visitas a dois deles: Election Duel e Darfur is Dying. O primeiro é uma obra prima de design no ambiente Machimina. É construído com imagens e argumentos de ficção científica, tendo como fundo a campanha eleitoral para a presidência nos EUA neste ano de 2008. O tema central é um desafio para saber se Azeroth, um estado ficcional, será azul (democrata) ou vermelho (republicano). O segundo, obra de ativistas pelos direitos humanos, propõe um jogo de vida ou morte em Darfur, região do Sudão (África) onde está acontecendo mais um genocídio.
Ambos os jogos são de ótima qualidade gráfica e têm argumentos muito bem bolados. Exemplificam o que precisamos em educação. Além disso são ótimos para usos diretos por educadores. Pena que sejam em inglês. ET: Darfur is Dying tem opção para o espanhol. De qualquer forma, gente interessada em tecnologia educacional precisa dar uma olhada no material para ter idéias de coisas que podem (devem) ser feitas.
Escreva ou morra
novembro 11, 2008Escrever, para muita gente, eu incluso, é um desconforto. Principalmente no começo. Aliás, sobre o assunto, já vi muitas cenas no cinema que parecem cópia uma da outra.
_ Alguém tenta escrever um texto. Depois de muito pensar, consegue digitar uma ou duas palavras. Pára e fica olhando para o papel (hoje para a tela). Não, não era aquilo. O papel vai para o lixo. Outro começo. Outra folha de papel amassada e jogada ao léu. E a coisa continua até o chão ficar forrado de folhas de papel com escrita fracassada.
Bernie Dodge, em post recente no One Trick Pony, confessa sua dificuldade com a escrita. Principalmente com a síndrome do começo que não vem. Mas ele nos mostra um possível remédio: o site Write or Die (Escreva ou Morra). É um ambiente simples, com uma área para escrita como as que você pode encontrar em qualquer processador de texto. Antes de entrar na área de escrita, o usuário opta por um modo entre gentil, normal ou kamikaze. Em todos eles, se fizer pausas muito longas, o escrevinhador será premiado com alguma punição. Com isso, escrever converte-se num jogo. Você pode explorar Write or Die clicando aqui.
Por onde andei
novembro 7, 2008Muita gente insiste na necessidade de “personalizar” os blogs. Ou seja, em cobrar que os autores, vez ou outra, revelem algo de suas vidas. Aqui no Boteco falo de blogs, tecnologia e educação. Eventualmente faço algum registros sobre bons botecos. Mas sempre há alguém querendo saber coisas da minha vida. Por isso, ultimamente ando postando uns textos mais “pessoais”. Hoje surgiu mais uma oportunidade para personalizar este espaço.
No seu twitter, meu amigo, Bernie Dodge fala de um dia magnífico no campus da San Diego State University, onde há vinte e picos anos fiz mestrado em tecnologia educacional. Fui conferir a referência: uma foto, sacada ontem, do prédio mais antigo da univesidade, cuja frente olha para biblioteca. Vou reproduzir a arte do Bernie aqui. Assim vocês terão uma idéia de um lugar por onde já andei na vida.
Previsão do futuro
novembro 4, 2008Uma educação para o futuro. Toda ela deve ser. Aí entram as previsões. Como será o nosso futuro? Essa pergunta é um motivo para a formação de muitas sociedades que tentam desenhar futuros possíveis com base nas tendências que pintam. E quase sempre, as previsões falham fragorosamente. É por isso que achei fantástica uma declaração de grande Alan Kay:
A melhor maneira
de prever o futuro
é inventá-lo.
BTW. Se quiser ver mais coisas de Alan Kay, dê um pulo lá no Aprendente, em post no qual copio pequeno texto dele sobre cliente e aluno em educação. Veja tal jóia clicando aqui.
Coringão volta para o seu lugar
novembro 3, 2008Abro aqui um precedente. Alguém pode até estranhar, mas o motivo é mais que justo. O Corinthians voltou para o seu lugar. Isso precisa ser comemorado. No dia da festa tocaram música de Roberto e Erasmo. Nada contra. Mas, há opções musical e poeticamente mais ricas. A que segue, de Jobim e Chico, foi feita muito tempo atrás com intenção oculta de homenagear o Mosqueteiro:
Sabiá
Chico Buarque
Composição: Tom Jobim e Chico Buarque
Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Para o meu lugar
Foi lá e é ainda lá
Que eu hei de ouvir cantar
Uma sabiá
Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Vou deitar à sombra
De um palmeira
Que já não há
Colher a flor
Que já não dá
E algum amor Talvez possa espantar
As noites que eu não queira
E anunciar o dia
Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Não vai ser em vão
Que fiz tantos planos
De me enganar
Como fiz enganos
De me encontrar
Como fiz estradas
De me perder
Fiz de tudo e nada
De te esquecer
Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
E é pra ficar
Sei que o amor existe
Não sou mais triste
E a nova vida já vai chegar
E a solidão vai se acabar
E a solidão vai se acabar
Para quem não conhece a melodia, aqui vai um vídeo do Youtube: