Me constrange escrever sobre censura neste ano da graça de 2007. Mas como a dita cuja anda por aí firme e forte, preciso continuar o bom combate. Dias atrás, eu quis rever um dos posts aqui publicado: 7. Blogs e Educação: Uma Entrevista. Não consegui, pois estava usando computadores numa instituição educacional universitária que censura acesso a determinados espaços da internet. E olha que eu estava nas “facilidades” da sala dos professores. Posso assegurar que a matéria é coisa séria. Trata-se de um texto que escrevi para responder a algumas questões levantadas por jornalista da revista de uma rede de ensino. O censor, porém, não quer saber. Tem blog no título: deve ser sacanagem. Acesso negado. Não importa que o texto seja acadêmico.
Não faço aqui este protesto apenas porque não consegui acessar uma de minhas matérias. Meu protesto é contra a censura. Bloquear a internet, com argumentos moralistas ou quejandos, é atitude contra a inteligência. O padroeiro destes novos inquisidores deve ser aquele general franquista que costumava dizer “abaixo a inteligência!”.
Até aqui falei de uma censura que está na cara. Basta usar palavras proibidas para que surja algum aviso do tipo “não é permitido…”. Mas há outra censura mais sutil, aquela que precede a publicação da informações que utilizamos. Esse é o tipo de censura que acontece, por exemplo, com livros didáticos. Daine Ravitch aborda a questão num livro indispensável: A Polícia da Linguagem (The Language Police: How pressure groups restrict what students learn). Não preciso falar muito sobre a obra. Você pode encontrar um comentário imperdível sobre o livro de Ravitch no blog De Rerum Natura, feito por Palmira S. Da Silva. Não deixe de clicar aqui.
dezembro 16, 2007 às 10:47 pm |
E lá vou eu dando pitacos nesse Boteco! Não sei se, nessa altura do campeonato, eu já lhe falei o que penso sobre isso… de qquer forma, acho que escolas em geral proibem o acesso por uma questão de facilidade e porque os responsáveis imaginam que assim garantem um uso seguro dos recursos.
Me diga o que é mais fácil: restringir o acesso a blogs, webmails, orkut e cia, ou elaborar atividades que façam com que os alunos se envolvam nelas e nem pensem em ver as fotos da última balada? tudo bem, nem sempre é possível envolver todos e nesse caso: o que é mais fácil, bloquear o acesso ou “perder tempo” conversando com os alunos sobre se é hora e lugar para navegar pelos fotologs e scraps do orkut?
Um abraço
janeiro 14, 2008 às 6:37 pm |
Professor, parabéns pelo seu blog. Tomei conhecimento através da revista Profissão Mestre. Vou adicioná-lo em meu blog. Sou bibliotecária escolar e, ao me formar, o assunto de meu TCC foi justamente a censura durante a ditadura militar na década de 60/70 junto ao meio editorial. Foi um tema apaixonante e chocante também. Ao finalizar o trabalho, fiquei indignada e hoje sou totalmente contra qualquer tipo de censura. Parabéns mais uma vez. Visite meu blog também. Será sempre muito bem vindo.
Abraços,
Roseli
fevereiro 21, 2009 às 5:48 pm |
Campanha anti bloqueio automático a blogs nas empresas, escolas, faculdades e bibliotecas: http://monikabaumann.blogspot.com/2009/02/campanha-diga-nao-ao-bloqueio-de-blogs.html