Uma das dimensões do blogar é a escrita. Não qualquer escrita. Mas uma escrita livre, leve, solta, comunicativa. Volta e meia tento mostrar, para blogueiros e candidatos ao ofício, que no espaço de um blog não cabe um texto sisudo, acadêmico, mal humorado, supostamente sério. Como o espaço é sobretudo de conversa, é preciso oferecer aos leitores textos que sugiram papos interessantes. Tudo isso é relativamente difícil, sobretudo em meios universitários onde os alunos foram orientados e treinados a escrever de modo “científico”. O resultado é um texto travado, chato, às vezes pernóstico. Assim, uma das coisas que blogueiros e candidatos ao ofício precisam fazer é praticar atos de destravamento. Para tanto, um dos caminhos é a microliteratura.
Em meu encontro com o povo da PUC, mostrei alguns exemplos de microcontos. Na sequência, tinha intenção de pedir aos meus interlocutores que cometessem alguns microcontos. Por questão de tempo, acabei não desafiando os alunos da Católica a cometer atos de microliteratura. Mas ainda é tempo. Se eles passarem por aqui, podem registrar, na forma de comentários, alguns microcontos.
Para que se possa trabalhar com um padrão aceitável, sugiro microcontos com até cento e cinquenta caracteres (pontuação e espaços inclusos). Para ver exemplos, sugiro visitas aos seguintes espaços de microliteratura:
Enquanto ninguém aparece, desafio meus alunos do 4° de pedagogia a cometer microcontos já. É claro que o mesmo vale para frequeses habituais ou eventuais deste Boteco. Praticar microconto é uma forma muito boa de dar asas à imaginação e aprender a blogar com mais leveza.