Anos 67 e 68. A especialidade da casa eram as batidas, de limão, de coco, de agrião etc. Numa prateleira alta havia sempre um violão que podia ser dedilhado por fregueses do ramo. Um deles, um tal de Chico, ficou famoso desde que ganhou um Festival com a Banda. Outro, menos famoso, mas reconhecidamente melhor violeiro que o Chico, chamava-se Maranhão. Ambos eram estudantes da FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo). E muitos outros músicos, com certa fama ou anônimos, andaram por ali. O lugar era frequentado sobretudo por estudantes das faculdades que ficavam nas ruas Dr. Vila Nova, Maria Antônia e Maranhão. E, é claro, estudantes de outros endereços costumavam também chegar no pedaço de vez em quando. O lugar não tinha nome conhecido. Por isso passou para a história como o Sem Nome. Amigos meus da FAAP- saudades do Mario Luiz Thompson – chamavam-no, não sei por que, de Quitanda. Em minha memória, aquele boteco sempre foi a casa do Agostinho.
Faz dois ou três anos que uma equipe de demolição derrubou numa só noite o prédio que abrigou por muitos anos o Sem Nome na altura do número 216 da Rua Dr. Vila Nova. Tal eficiência provavelemnte deveu-se ao medo de que velhos saudosistas como eu pedissem o tombamento da casa do Agostinho. Hoje, tristemente, o local abriga um estacionamento. A memória de grandes papos, planos de mudar o mundo, sonhos de vida melhor, músicas de boa qualidade, batidas imbatíveis vai morrendo sem o palco onde tais coisas rolaram, substituído por um chão mal asfaltado.